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O Brasil crescendo em Fé.

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Marcos - Capítulo 5

1. E VIEIRÃO á outra banda do mar, á província dos Gadarenos.

2. E sahindo elle do barco, logo lhe sahio ao encontro hum homem das sepulturas com hum espirito immundo,

3. Que tinha sua manida nas sepulturas, e nem ainda com cadeias o podia ninguem liar.

4. Porque muitas vezes fora liado com grilhoens e cadeias, e as cadeias forão por elle feitas em pedaços, e os grilhoens em migalhas, e ninguem o podia amansar.

5. E sempre de dia e de noite andava clamando pelos montes, e pelas sepulturas, e ferindo-se com pedras.

6. E como vio a Jesus de longe, correo, e o adorou.

7. E clamando com grande voz, disse: Que tenho eu comtigo Jesus, Filho do Deos Altissimo? esconjuro-te por Deos, que não me atormentes.

8. (Porque lhe dizia, Sahe deste homem, espirito immundo.)

9. E perguntou-lhe: qual he teu nome? e respondeo, dizendo: Legião he meu nome porque somos muitos.

10. E rogava-lhe muito que os não enviasse fora daquella provincia.

11. E estava ali junto aos montes huma grande manada de porcos pascendo.

12. E rogarão-lhe todos aquelles demonios, dizendo: manda-nos áquelles porcos, para que nelles entremos.

13. E permittio-lho logo Jesus. E sahindo aquelles espiritos immundos, entrarão nos porcos: e a manada se lançou do alto abaixo no mar: (e erão quasi dous mil,) e affogarão-se no mar.

14. E os que apascentavão os porcos fugirão, e derão aviso na cidade, e nos campos; e sahirão a ver que era aquillo que tinha acontecido.

15. E vierão a Jesus, e virão ao endemoninhado assentado, e vestido; e em seu siso ao que tivéra a legião: e temerão.

16. E contarão-lhes os que aquillo tinhão visto, o que acontecéra ao endemoninhado, e ácerca dos porcos.

17. E começarão a rogar-lhe, que se fosse de seus termos.

18. E entrando elle no barco, rogava-lhe o que fora endemoninhado, que o deixasse estar com elle.

19. Mas Jesus não lho permittio, senão disse-lhe: vai-te a tua casa aos teus, e denuncia-lhes quão grandes cousas o Senhor te fez, e como de ti teve misericordia.

20. E foi, e começou a denunciar em Decapolis, quão grandes cousas Jesus lhe fizera; e todos se maravilhavão.

21. E passando Jesus outra vez em hum barco para a outra banda, ajuntou-se a elle grande multidão; e elle estava junto ao mar.

22. E eis que veio hum dos Principes da Synagoga, por nome Jairo; e vendo-o, prostrou-se a seus pés.

23. E rogava-lhe muito, dizendo: minha filhinha está na extremidade, rogo-te que venhas, e ponhas as mãos sobre ella, para que sare, e viverá.

24. E foi com elle, e o seguia huma grande multidão, e o apertavão.

25. E huma certa mulher, que tinha fluxo de sangue, havia doze annos,

26. E havia padecido muito de muitos medicos, e gastado tudo quanto tinha, e nada lhe aproveitára, antes lhe ia peior:

27. Esta ouvindo de Jesus, veio entre a multidão por de tras, e tocou seu vestido.

28. Porque dizia: se tão somente tocar seu vestido, sararei.

29. E logo a fonte de seu sangue se seccou; e sentio em seu corpo que ja daquelle açoute sarara.

30. E conhecendo Jesus logo em si mesmo a virtude que delle sahira, virando-se na multidão, disse: quem tocou meus vestidos?

31. E disserão-lhe seus discipulos: vês que a multidão te aperta, e dizes: quem me tocou?

32. E elle olhava ao redor, para ver a que fizéra isto.

33. Então a mulher temendo, e tremendo, sabendo o que em si fora feito, veio, e prostrou-se diante delle, e disse-lhe toda a verdade.

34. E elle lhe disse: filha, tua fé te salvou, vai-te em paz, e sara deste teu açoute.

35. Estando elle ainda falando, vierão alguns do Principe da Synagoga, dizendo: tua filha he morta; para que enfadas mais ao Mestre?

36. E Jesus, logo em ouvindo esta palavra que se dizia, disse ao Principe da Synagoga: não temas, crê somente.

37. E não permittio que alguem o seguisse, senão Pedro, e Jacobo, e João o irmão de Jacobo.

38. E veio á casa do Principe da Synagoga, e vio o alvoroço, e os que muito choravão, e pranteavão.

39. E entrando, disse-lhes: porque vos alvoroçais, e chorais? a menina não he morta, mas dorme.

40. E rião-se delle, mas elle havendo-os lançado a todos fora, tomou comsigo ao pai e á mãi da menina, e aos que com elle estavão; e entrou aonde a menina estava deitada.

41. E tomando a mão da menina, disse-lhe: Talitha cumi: que traduzido he, filhinha (a ti te digo) levanta-te.

42. E logo a menina se levantou, e andava, porque já era de doze annos: e espantárão-se com grande espanto.

43. E mandou-lhes muito, que ninguem o soubesse: e disse que lhe dessem de comer.

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